09/05/2014

ARTIGO


Até quando esperar pela instalação da central do Samu?

*Jorge Pozzobon
Santa Maria é uma cidade polo na região Central. Isso todos nós sabemos. Mas parece que os governos municipal, estadual e federal não se deram conta da importância do que venho defendendo há quase quatro anos, que é a instalação de uma Central Telefônica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Santa Maria e o Governo nada faz. E saiba, prezado leitor, não apenas eu, Pozzobom, mas juntamente com deputados da região, vereadores, lideranças empresariais e municipais. Inclusive estive reunido em mais de uma oportunidade com o ex-secretário Ciro Simoni, buscando resolver este impasse há muito tempo, apresentando questões concretas que ocorreram e que já eram suficientes para a implantação da Central.
No final de abril, participei de audiência pública da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara de Vereadores de Santa Maria, que debateu, mais uma vez, a descentralização da Central Telefônica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Tenho lutado por esta questão por que estudei, acompanhei e sei da real necessidade da implantação de uma central telefônica municipal ou de âmbito regional, semelhante as existentes em Caxias do Sul, Pelotas e Bagé, que fui pessoalmente conhecer o funcionamento e percebi a diferença na agilidade e eficácia do atendimento. E, também, por que o serviço telefônico prestado de Porto Alegre para o restante do Estado tem problemas. Nossa iniciativa tem o apoio de familiares de pessoas que faleceram por não terem recebido prestação de socorro ou que foram socorridas com atraso.
Quatro pessoas dentre os familiares de vítimas fizeram o relato da experiência e defenderam, em uma das reuniões que participei que as vidas poderiam ter sido salvas se a Central estivesse funcionando. Em se tratando de vida, poucos segundos podem fazer muita diferença. Este gravíssimo problema está maculando a imagem do excelente trabalho que é feito pelas equipes do Samu, conhecido por todo povo gaúcho. E quero reiterar que não aceito o argumento de que uma central municipal seria muito onerosa para os cofres públicos. É verdade que há um custo para manter centrais telefônicas nos municípios. Mas se for para salvar vidas, tenho absoluta convicção de que todo valor gasto se transforma em investimento a favor da vida. E sem sombra de dúvidas, o funcionamento permanente da Central regional terá seu custeio pago por estar ativo durante as 24 horas do dia, oferecendo atendimento à população de todos os municípios da região. Isso faz com que muitos dos atendimentos que vão parar nos hospitais se resolvam muitas vezes no local, desafogando o sistema de saúde, assim como fazem os postos e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Também temos que estar cientes e, na minha opinião este é o fator mais importante, que muitos casos tipo infarto, partos antecipados, entre outros, tenham este Serviço como única opção para que vidas sejam salvas.
Trabalhar pela Saúde e entender a importância do sistema Samu não é novidade para mim. Em 2010, o Governo do PSDB iria destinar três ambulâncias do Samu para Santa Maria e, depois de minha intervenção e sensibilização junto à governadora Yeda Crusius, cinco ambulâncias Samu vieram para o Município. Trouxemos o Hospital Regional, que lamentavelmente após quatro anos ainda não está pronto, trouxemos a primeira UPA do Estado. Portanto, é preciso que os governantes tenham vontade política, tenham sensibilidade para realizar esta ação, pois como já vimos no passado vidas poderiam ser salvas se Santa Maria tivesse uma Central do Samu. Santa Maria tem que ser enxergada e respeitada, por parte dos Governos como uma cidade polo. E por isto necessita receber um tratamento diferenciado, devido à sua importância no cenário da Saúde estadual, por ter hospitais e atendimento qualificados, por estar atendendo toda a população da região Central e muitas vezes até de outras regiões do Estado. Quando o Governo do Estado não faz repasse devido e com regularidade, não realiza as ações e investimentos que deve fazer na área da Saúde, o ônus dessa dívida recai para o município, mas acima de tudo, quem paga esta conta por duas vezes é o cidadão, que não têm do Governo a prestação de serviços com a qualidade que merece, inclusive porque são eles quem pagam os impostos.

*Deputado estadual (PSDB) - artigo publicado no jornal A Razão de 08 de maio de 2014

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