Foi
aprovado, na reunião da Comissão de Constituição e Justiça desta terça-feira
(11), o requerimento de autoria do líder do PSDB na Assembleia Legislativa,
Jorge Pozzobom, para a realização de uma audiência pública para debater o uso
do regime de urgência (artigo 62 da Constituição Estadual e artigo 64 da
Constituição Federal). O parlamentar afirma que não é contra o uso do
dispositivo, mas explicou que atualmente o regime de urgência torna o
Parlamento submisso ao Governo do Estado, limitando-se à votações em plenário.
Pozzobom
é autor do projeto de resolução que tramita na AL para alterar o regimento
interno do Legislativo, disciplinando o uso do artigo 62. Pela proposta, as
solicitações de regime de urgência feitas pelo governador teriam que ser
analisadas pelos parlamentares em plenário antes da tramitação. Com isso, os
deputados poderiam avaliar se existe ou não urgência antes de enquadrar a
matéria como urgente. “Nós estamos propondo um processo sumário, para que todos
os processos sejam votado rapidamente, mas que ao menos seja apreciado na CCJ
antes de ser votado no plenário. Nem a Constituição Estadual nem a Federal
obriga o Parlamento a votar em regime de urgência. O artigo 2º da Constituição
Federal garante a independência de poderes, e aceitar o artigo 62 sem debate é
uma violação constitucional”, argumentou.
Conforme
Pozzobom, seu projeto reduziria o número excessivo de projetos encaminhados em
regime de urgência. De acordo com o último levantamento pela Bancada do PSDB na
Assembleia Legislativa, o governo Tarso enviou 568 projetos de janeiro de 2011
até dezembro 2013, sendo 486 em regime de urgência. Isso representa 85% do
total das matérias enviadas. No governo Rigotto (2003-2006), foram encaminhados
372 projetos e 169 com urgência (45%). Na gestão de Yeda (2007-2010), foram 449
projetos de lei e 118 com urgência (26%).
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