Com sentimento de perda misturado com orgulho de ter sido aluno da professora Águeda Brazzale Leal escrevo esse artigo no dia de hoje. A professora Águeda morreu, como todos aqui de nossa cidade sabem, aos 98 anos, na quinta-feira, dia 10 de maio, no Hospital de Caridade Dr. Astrogildo de Azevedo, onde estava internada na CTI Coronariana. A educadora que recebeu o o título de Educadora Emérita do Rio Grande do Sul, foi torcedora entusiasmada do mesmo time que eu, o Riograndense, que completou seu centenário na semana passada. A professora Águeda nasceu em Santa Maria, em 8 de fevereiro de 1913 e formou-se professora em 1932, passando a lecionar na Escola Feminina de Artes e Ofícios dos Empregados da Viação Férrea.
Depois de casar-se em 1937, casou-se com o economista José João Leal, com quem teve quatro filhos Joal, José João (que morreu há duas semanas), Luiz Fernando e Antônio Carlos. Águeda viveu com a família em São Gabriel até 1951, quando retornou a Santa Maria. No ano seguinte, aprovada em concurso público, começou sua carreira no Olavo Bilac. Lecionou também nos colégios Centenário, Coração de Maria e Riachuelo e, depois de aposentada, ensinava com muita técnica e disposição redação para vestibulandos, com um método peculiar que só educadores especiais têm a capacidade de desenvolver. Lembro-me nessa etapa da minha vida quando durante as aulas perguntava a ela sempre por que, depois de uma explicação. E o que ela respondia? De forma didática, carinhosa e peculiar - “Jorge o porque é separado com ou sem acento, ou se é junto com ou sem acento?” Na sua vida teve como missão a arte de educar. Não apenas ensinar, mas educar, pois sempre acompanhou de longe as mudanças na área da educação e promoveu debates com políticos e colegas de profissão. Sempre com o objetivo de construir.
Exemplos como este só me fazem ter orgulho do lugar em que nasci. E, portanto, quero parabenizar a professora Ceura Fernandes, que, assim como eu, foi sua aluna, por ter lançado na Feira do Livro do ano passado, livro com a biografia e trajetória da professora Águeda Brazzale Leal. Para as novas gerações, conhecer a trajetória de vida da professora Águeda é, sem dúvida, um exemplo a ser seguido: eficiente, capaz, determinada, uma professora querida pelos seus alunos, uma profissional que onde esteve deu tudo de si, não medindo esforços para trabalhar pela melhoria da educação em nossa cidade e nas demais localidades por onde passou. Em sua homenagem, proponho um momento de reflexão para pensarmos como comunidade na sua trajetória, reconhecendo seus predicados e a lacuna deixada, o bem que fez como educadora marcando com sua personalidade e eficiência. Por tudo isso, tenho em uma palavra o resumo de tudo o que sinto por ela: gratidão.
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