04/04/2014

ARTIGO: A agricultura clama por atenção do Governo Estadual

*Jorge Pozzobom
Participei no último final de semana, da 7ª Abertura Oficial da Colheita da Soja no Estado, município que tem a maior área de soja plantada no Rio Grande do Sul. Realizada em uma propriedade às margens da RSC-392, com a presença do Ministro da Agricultura, Neri Geller, e autoridades, vimos, depois da colheita simbólica, os produtores rurais, seus representantes e presentes cobrarem do Governo do Estado a construção da rodovia que significa a solução logística para produtores da região, na qual, segundo o produtor Armindo Mugnol, passa 5% da produção estadual de grãos. Para chegar ao local, percorri, assim como os presentes e os produtores que usam a rodovia para escoar a sua produção, 20 quilômetros de estrada de chão. O Governo do PSDB, que antecedeu este Governo, comprometeu-se a fazer a estrada. Para isto, fez o projeto, aprovou o projeto, separou o dinheiro no orçamento, quando houve nova eleição o Governador Tarso não executou o projeto que nós fizemos. Vale lembrar que com o projeto aprovado e o dinheiro garantido no orçamento, todo e qualquer governante competente iniciaria a obra.


Mas este é apenas um exemplo do descaso do atual Governo com o setor agrícola em nosso Estado. Fonte de geração de emprego, renda e grande responsável pelo crescimento do PIB gaúcho, o agronegócio é tratado com descaso pelo Governo. Também nesta semana a imprensa noticiou que as barragens, de Jaguari e Taquarembó, que vão garantir a manutenção do nível do Rio Santa Maria e a irrigação nas regiões da Campanha e Fronteira Oeste estão abandonadas. As represas, que foram licitadas em maio de 2008, ainda hoje estão inacabadas. O maior investimento em irrigação feito no Estado ocorreu com a construção destas barragens, que permitirão irrigar plantações e garantir o abastecimento de água das regiões da Campanha e Fronteira Oeste, além de garantir a manutenção do nível do Rio Santa Maria. Isto comprova o que tenho afirmado que na irrigação, tão importante para o desenvolvimento econômico de nosso Estado, em 2013, o Governo Tarso liquidou apenas 6% do total de recursos destinados para investimentos em projetos de irrigação. Dos R$ 231,9 milhões em previstos no orçamento do ano passado para ações de combate aos efeitos das estiagens no Rio Grande do Sul, apenas R$ 14,4 milhões foram efetivamente liquidados. O baixo investimento na área da irrigação comprova o desleixo deste Governo com a base da economia gaúcha. Ainda, que os resultados positivos vistos no campo refletem somente o trabalho e a dedicação dos agricultores. O Governo tenta puxar para si os bons resultados da agricultura, mas investe pouco nessa área como verificamos na área da irrigação.
Nesta semana conseguimos aprovar na Assembleia Legislativa os requerimentos que propus para que os representantes da Federarroz e da Farsul sejam ouvidos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a prestação de serviços de energia elétrica no Rio Grande do Sul. Fui procurado pelo presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, de quem ouvi o relato, no início do ano, de que que oscilações e interrupções constantes no fornecimento de energia impactaram na irrigação e estão causado prejuízos com queima de equipamentos e transformadores, sem contar a quebra na safra decorrente dessas questões. E a falta de energia gera, automaticamente, falta de água. Todos sabemos que a água é fundamental para o desenvolvimento das lavouras, portanto o setor do agronegócio está entre os mais prejudicados por falhas no fornecimento de energia elétrica. E para este movimento, precisamos que os produtores e envolvidos na cadeia produtiva nos orientem na grave crise do apagão da energia elétrica que o campo e a cidade têm enfrentado no RS e que, sem sombra de dúvida, afeta o agronegócio. É por isto que é importante que as duas entidades apresentem os prejuízos que o setor sofreu.
Por isto volto a repetir que não é à toa que nosso Estado ocupa péssima posição em matéria de gestão pública no país. A falta de compromisso do Governador Tarso Genro com o setor produtivo do Estado, que mais sofre com os períodos de seca, é estarrecedor.
*Deputado estadual, líder da Bancada do PSDB na AL


Artigo publicado no Jornal A Razão, edição de 03 de abril de 2014.

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