Na
audiência pública da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
da Assembleia Legislativa que debateu o PL 35/2012 do Tribunal de
Contas do Estado, na manhã desta terça-feira (17), o deputado
estadual Jorge Pozzobom (PSDB) voltou a reconhecer que o projeto tem
avanços, mas questionou a constitucionalidade de algumas propostas.
Entre outras alterações, o PL propõe a ampliação das multas aos
prefeitos condenados por irregularidades e permite a
responsabilização de outros agentes além do chefe de Executivo por
atos indevidos. O parlamentar afirmou que a Comissão, antes de votar
a matéria, deve ampliar as discussões. Pozzobom
destacou o mérito do projeto no ponto em que pretende proteger
prefeitos por atos irregulares cometidos por outras pessoas, mas
levantou dúvidas sobre sua execução legal. “É uma questão de
Justiça o ordenador de despesa não responder sozinho por todos os
atos administrativos dos municípios. Mas temos que refletir sobre o
que diz a Constituição Federal no artigo 5º, inciso XL: 'A lei
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu'. Se o prefeito
ficou com a ficha suja por causa de atos de outra pessoa, pode entrar
com uma ação revisional, e buscar a responsabilização de quem
praticou o ato. Mas o secretário ou diretor que cometeu a
irregularidade poderá questionar a constitucionalidade da lei porque
a retroatividade não vai beneficiá-lo”, afirmou. Outro
ponto do PL 35/2012 também foi contestado pelo parlamentar: o
destino dos valores referentes às multas. “Nas vezes em que ocorre
alguma irregularidade, o município é o penalizado, então é justo
que esta multa seja depositada para o próprio município. Senão
cada cidade vai ser punida duas vezes, uma pelo erro do administrador
público, e outra por não receber este valor de volta”, completou.
“Nós não podemos esquecer que os atuais prefeitos tomaram posse
dia 1º de janeiro, e que a nova direção da Famurs, que representa
a todos os prefeitos, tomou posse há pouco tempo atrás. E dentro de
uma proposta de construção do diálogo, foi garantido para nós que
faríamos este debate antes de avançar no projeto, e estamos fazendo
isto nesta audiência pública”, concluiu.
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