05/09/2013

ARTIGO: SOLUÇÃO ADOTADA POR TARSO É DE INSEGURANÇA NAS ESTRADAS


*Jorge Pozzobom

Quero iniciar este artigo retomando pronunciamento que fiz, no plenário da Assembleia Legislativa, quando lamentei a falta de ambulâncias nas rodovias assumidas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). A razão da minha manifestação se justificou após a leitura do texto escrito pelo pai de uma das vítimas de acidente ocorrido na BR 386 no dia 28 de julho, a 40 quilômetros de Carazinho. No texto, o condutor do veículo faleceu, enquanto o caroneiro – filho do autor do texto - ficou preso às ferragens, e só foi atendido pela equipe de bombeiros duas horas após o ocorrido, porque o caminhão quebrou durante o percurso. O atendimento preliminar foi feito por uma equipe do Samu, que não conseguiu retirá-lo das ferragens porque estava equipada apenas com um pé-de-cabra. A remoção só foi possível porque três bombeiros e os equipamentos foram encaminhados ao local de carona. Depois, acompanhei entrevista do médico santa-mariense, Rodrigo Jobim, que presenciou um acidente na RSC 287, a 500 metros da praça de pedágio de Venâncio Aires. Ele parou imediatamente e prestou assistência médica. Não havia mais ambulância no posto de pedágio, porque a EGR não disponibilizou se orgulhando de dizer que o pedágio passou de R$ 7,20 para R$ 5,20. “Diminuiu R$ 2 reais o preço do pedágio e as ambulâncias foram retiradas da rodovia”, disse ele.
Decepção com o descaso por parte do Governo Tarso e preocupação com a vida das pessoas são sentimentos que não posso deixar de expressar. Desde o dia 27 de junho, o serviço de ambulância e guincho que vinham sendo prestados na RSC-287 pela empresa concessionária foram desativados. O serviço foi encerrado porque o Governador prometeu, durante a campanha eleitoral que iria “acabar com os pedágios” e, portanto, mediante tantas outras negativas de suas promessas eleitorais, não cumpridas, como o pagamento da Lei do Piso, por exemplo, tenta dar uma resposta ao cidadão com a redução da tarifa, mas retroage na prestação de serviços. Então o Estado passou a assumir imediatamente as praças. Criou a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). Assumiu a RSC 287. E daí? Quem paga a conta de uma promessa de campanha? O usuário. O contribuinte. E por que digo isso? Na verdade, estamos vivendo uma grande demagogia, pois o valor do pedágio diminuiu, mas não se presta mais um serviço essencial. Pior ainda foi uma segunda afirmação do presidente da EGR, a de que, para cobrir a falta das ambulâncias nos pedágios, iria celebrar um convênio com os Municípios, para utilizar as ambulâncias da Samu que atuam dentro das cidades da região. Nosso Estado não pode mais aceitar do Governo Tarso o famoso “cobertor curto”, onde tira de um lado para tapar outro, e desta forma dar uma meia solução a uma promessa que deveria ter sido avaliada antes de enganar o cidadão. Chega de demagogia.
Concordo que o modelo de pedágios deve ser reajustado à nova realidade, que não é mais aquela de quando foi concebido há 18 anos, disso não tenho dúvida. Mas o atendimento e salvamento de uma vida pode ser feito até mesmo na estrada, que significa um diferencial poucos momentos após o acidente. E a vida deve ser tratada com seriedade e solução. Baixou o Pedágio. E eu pergunto: a que custo? Espero que não custe mais a vida de ninguém. Portanto, tenho certeza de que é dever do Estado oferecer estes serviços ao cidadão contribuinte. Pois ele não apenas paga pedágio reduzido, paga impostos (IPVA, CIDE, entre outros tantos) que deveriam ser aplicados na melhoria e manutenção das estradas. E não são.

*Deputado estadual PSDB
(Artigo publicado no jornal A Razão em 05 de setembro de 2013)

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