Nosso país tem urgência na análise e reformulação de seu sistema político e eleitoral. Como político, estou convencido de que a opinião pública, a imprensa e o cidadão está cada vez mais participativo e atento ao que acontece na esfera pública. E por isto, anseia por estas mudanças e não aceita ser enrolado pelas artimanhas que o atual sistema político permite para o uso benefício de alguns políticos.
Tenho a convicção de que a comissão instalada no Senado para tratar da reforma política tem trabalhado exaustivamente para que possam sair do papel pontos fundamentais para aprovação de um novo modelo, capaz de definir a função dos partidos políticos e estabelecer regras objetivas para a atuação de seus filiados e, especialmente, mais rigorosas e claras nos períodos eleitorais. Entretanto, creio que esta discussão deve envolver deputados, senadores e representantes da sociedade civil organizada, para tratar da reforma política. Esta, na minha opinião, seria mais que uma grande iniciativa, mas um foro qualificado e completo para discussão e deliberação de temas que vão ter efeito na vida de todos nós: políticos e cidadãos.
Em relação ao financiamento público de campanhas, tenho uma opinião muito pessoal. Sou contra. E vou explicar o porquê. Eu não concordo porque acredito que para garantir a eficácia do financiamento público das campanhas teríamos que ter um gerente para cada conta de candidato. Na minha opinião, o financiamento público não vai impedir o caixa dois, o financiamento privado, o que considero um absurdo. Além disso, dinheiro público deve ser aplicado em saúde, educação, segurança, ou seja, serviços públicos. Atualmente temos o financiamento privado. E hoje, neste sistema só depois de, terminado o processo eleitoral: depois que nós pedimos o voto, depois que nos elegemos, depois que prestamos conta para Justiça Eleitoral, que julga as nossas contas, é que tomamos posse. Talvez não seja o melhor sistema, mas para fins de fiscalização, sem dúvida, é o melhor caminho, especialmente diante do que está proposto.
A introdução do voto distrital - misto ou não - também merece ser avaliada com bastante atenção. Estou cada vez mais convencido de que o voto distrital aproxima o eleito do eleitor, o que vou explicar agora. Atualmente, votamos no sistema majoritário simples, em que os partidos apresentam uma lista de candidatos e os mais votados na região (estado ou município, dependendo do cargo) entram, sendo que cada região tem direito a um número de deputados que varia, dependendo da população total. O problema deste sistema é que os deputados são votados numa região muito grande, de modo que as sub-regiões “podem” ficar abandonadas. Isso cria um distanciamento muito grande do eleitor, que fica envolvido por promessas genéricas, como “prometo trabalhar pelo Estado do Rio Grande do Sul, enquanto vê as demandas de sua comunidade sendo esquecidas.
Mas o assunto Reforma Política é muito amplo e hoje fico por aqui. Não antes sem dizer que vou lutar sempre pela fidelidade partidária, por ser um político que sempre defendeu o fortalecimento dos partidos, como entes representativos do povo e de uma ideologia clara.
(Artigo Publicado no jornal A Razão, em 30 de junho de 2011)
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